Onde nasceste nunca procurei conhecimento
Ainda infante já ouvia
seus brados.
As historíolas,
os contos, os lamentos, as crendices, as ledices, as enchentes, as lagrimas, as
alegrias fazem parte do seu dia-a-dia.
Agora é silencioso!
Estais perecendo aos
poucos.
Suas torrentes eram tão temerárias agora são brandas.
Sem palavras fico imóvel,
pensando não acreditando.
Dantes as opulências
eram transportadas pelas tuas veias, seu jazer era exaltado, confirmado.
Gêneses de pioneiros, homens procedentes do sertão, chegaram
e colonizaram.
Audazes, capazes, fantasiosos, achegaram e nunca retornaram,
aqui agricultaram;
Semente cognome cacau.
Seu valor um
belo metal, amarelo como o ouro, transformou Itabuna capital.
Riquezas conduzidas
pelas águas do Rio Cachoeira.
As lavadeiras,
com cânticos exaltavam as suas correntezas.
Porém!
Sobreveio de repente uma penumbra.
Atemorizou aquela gente!
Há! Aquela enchente,
Uma simples garoa custou lágrimas, perdas, o que era
encanto agora era pranto.
Ano 1964 momentos
inesquecíveis, triste.
O tempo
passou, não houve projetos, o preço, desespero;
Hoje rezingam, lastima o teu esgotamento.
Tão fraca são tuas lágrimas e percorrem vagarosamente.
Já há nitidez no teu chão.
E suas margens, cadê as
árvores?
Oh! Quanta poluição.
Aqui estou nesta ponte que não passa carros.
Cadê os peixes, os pescadores, as lavadeiras, os
trovadores?
Pessoas que passam apressados e lamentam o teu estado.
E me pergunto quem pode socorrer-te?
Rio Cachoeira agora lacrimeja
tão silente.
Quando há enchentes os caminhantes interrompem seus afazeres.
Para te vê tão majestoso.
E trilham seus caminhos, sem notarem que são soluços
de socorro.
Que não seja tarde quando lembrarem que tu existes!
Certamente levantaremos uma bandeira em nome da vida;
Porque a sua história é perene e também me pertence.
E só restarão lembranças.
Porque a realidade
de ontem, hoje é contundente.
Autor: Professor: Plínio Farias